Estou para conhecer um aeródromo, um campo de aviação, ou um pequeno aeroporto que não tenha adotado um Cachorro. Como não é diferente dos demais, o Aeródromo Municipal/Publico Armando Nataly (SDLY) teve nos seus áureos dias, por volta dos anos 90, o seu querido caõzinho, o "BILI". Carinhosamente batizado e adotado pelos usuários de SDLY, mais precisamente pelo Toninho que tem um Hangar naquela localidade. Não só ele que fala com muita saudades do "BILI", mas todos os seus familiares e amigos que conviveram com o adorável cãozinho.
O "BILI" apareceu por acaso no hangar do Toninho. Foi bem recebido e acabou sendo adotado. O cãozinho morava naquela época do outro lado da pacata avenida de acesso ao aeródromo. A cidade foi crescendo, os bairros próximos ao Campo de Aviação foram aumentando e o acesso de ligação acabou sendo a avenida que de pacata tornou-se perigosa. Foi ali, atravessando essa avenida, correndo para ir ver o Toninho no seu hangar que o "BILI" tragicamente foi atropelado por um carro, falecendo no local, onde estava acostumado atravessar centenas de vez quando o alarme do hangar do Toninho disparava ao abrir as portas.
Todos, sem distinção alguma gostavam do "BILI". Era o rei do pedaço. Aos sábados o Toninho e seus familiares levavam o Cãozinho para um trato na Boutique Dog. Tomava banho de shampoo com direito a todo serviço que um cão de estimação tem. Voltava bonito para o Hangar do Toninho e passava o fim de semana por lá, recebendo todo carinho e amor da família e dos amigos.
Certo dia caiu uma chuva torrencial no aeródromo, inundando o gramado do pátio de aeronaves e o "BILI" até brincou com um caiaque ali. A verdadeira dona do "BILI" morava do outro lado da então perigosa avenida e não se importava com o amor do cão pelo pessoal do Campo de Aviação e do Hangar do Toninho. Sabia que ele era bem tratado por lá e adorava aquele recanto.
No dia derradeiro do acidente todos ficaram tristes. Correram para socorrer o "BILI", mas já era tarde demais. Choraram pela perda do cãozinho amigo que tanto tempo esteve alegrando o hangar. Até hoje o Toninho fala dele com emoção e muito sentimento de dor. Orgulhosamente preserva uma foto fantástica da enchente em que o "BILI" garbosamente está brincando com o caiaque.
Lembranças boas que ficaram na vida daquela gente de bom coração que até hoje mantém os laços de amizades, preservando o hangar, onde aos finais de semana é full festas.
O "BILI" partiu para sempre, foi sepultado no quintal da casa da sua dona. No hangar do Toninho em SDLY ficaram as lembranças, a saudade e a foto do "BILI"
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