sábado, 9 de março de 2013

HÉLIO GARDIM, ele mais correu que voou...............

Para vocês verem como são as coisas. Quando conhecemos o Helio Gardim e sua esposa Margareth de passagem pelo Aero Clube de Jaboticabal/SP-SDJC, ele mais corria que voava. Hoje ele mais voa do que corre... Sucesso mesmo ele conseguiu quando apareceu de surpresa no aeródromo Armando Nataly/SDLY em Matão-SP, durante um Encontro dos Aventureiros do Ar em dezembro de 2004.
Eles haviam voltado do Japão, onde moraram e fizeram a vida por 18 anos. Lá na terra do Sol Nascente o Helio descobriu o Parapente motorizado e se aventurou nesse negocio com os japoneses. O primeiro contato com os japinhas alados aconteceu em uma viagem de 706 Km entre Nagoya e Nagasaki apreciando a paisagem pela janela do trem. Tentou aprender a voar........ Corria, corria arrastando a asa com o motorzinho nas costas e depois de longas caminhadas muitas vezes acabava ficando no chão com a língua de fora. Quando voltou para o Brasil trouxe na bagagem uma asa motorizada e começou a frequentar os Campos de Aviação com a inseparável esposa incentivadora, onde o espaço sempre era mais encorajador para suas empreitadas aeroepopeias. Era até meio cômica a decolagem do Hélio. Nós na torcida encabeçada pela Margareth torcíamos pela sua ascensão que nem sempre era saudável. Muitas vezes algumas raladas nos joelhos e o nariz cheio de terra, mas o Hélio não desistia até que um dia acabou ficando bom. Primitivamente virou o homem voador, que chegava com seus apetrechos, começava correndo e acabava voando diante dos nossos olhos embelezando o céu com seu velame vermelho. Todos nós vibrávamos com ele.
E não é que ele acabou dando certo na aviação. Depois, partiu para os ultraleves básicos, os aviões experimentais e os avançados vendo futuro nisso tudo. Ama tudo que faz e para contribuir com a aviação acabou tornando-se construtor de aeronaves. Fundou na sua cidade, Itápolis-SP, a AEROGARD fabrica de aviões e Centro de Manutenção Aeronáutica, tendo construído e comercializado dezenas de RV-do modelo 7 ao 10 de quatro lugares. Foi mais além e recentemente comprou 50% da INPAER- Indústria Paulista de Aeronáutica ( www.inpaer.com ) , avançando seu horizonte na construção de novos modelos, tendo recebido a Certificação como primeira aeronave LSA do Brasil, com o modelo EXPLORER nacional de 04 lugares.
E assim o nosso amigão Helião vai longe, apesar de estar aqui do outro lado do mundo onde tudo começou: o Japão. As lembranças são constantes, mas tem a sua companheira inseparável, a esposa Japa Margareth que está presente lado a lado em todas as suas aventuras dando o maior apoio e incentivo..
Boa sorte e bons voos sempre. Abraços, dos amigos Delfino&Betty.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Do CADILLAC 1958 ao avião.............GRANDE CAMARGO !

Em pleno 1958, quando eu só tinha quatro aninhos e não sonhava com nada além de uma boa mamadeira o nosso amigo Antonio Carlos de Camargo já andava pelas ruas da famosa Penapólis-Sp com o carro do ano. Presente do seu pai Lazaro, um fazendeiro bem sucedido que adorava carros e admirava os aviões, apoiando os filhos e os incentivando nos estudos e na pratica da vida. Era um imponente GM, nada mais, nada menos que um CADILLAC 1958 vermelho tinindo.
Eram os "Caddys" mais extravagantes da época. Numa elegância pós-guerra era o sonho dos jovens, mas o preço fez com que poucas vendas foram realizadas no Brasil. Enquanto isso o Aero Clube de Penapólis-SP, como a grande maioria, vivia bons momentos sem crise, com seus Paulistinhas, CAP-4, J-3. Ali o Grande Camargo frequentava as aulas de pilotagem, quando não estava pilotando seu GM. Com toda essa elegância, vestindo camisa de linho e calças de cambraia, conseguiu ganhar suas asas e nunca mais parou de voar.  Abandonou os carros e partiu definitivamente para os aviões, seu novo mundo, o qual descortinava seus novos sonhos. Aventurou-se na advogacia, tendo sido um grande profissional na área por muitos anos.
Com a venda do Cadillac comprou seu primeiro aviãozinho e alguns anos depois, junto com seu irmão, o Professor Camargo teve um Cessninha - 140 e assim sucessivamente, muitos outros ao longo da vida.
Sempre Cessneiro, de Cessna-140/PP-AHZ, Cessna-170/PP-DTO,PP-DSX,PT-IER, Cessna-172/PT-BGT. Teve também um Piper Pathinfinder/PT-CGA. Chegou a ficar uns oito anos sem voar, mas não conseguiu ficar sem as asas que estavam penduradas em um canto da sua trajetória familiar. Recentemente, já aposentado e com mais tempo adquiriu  em 2012 um monomotor EMBRAER CORISCO 1977, o PT-NOK , o qual estava parado ha algum tempo. Um avião mais versátil,  mais veloz. Mandou revisar a aeronave. Gastou uma nota preta, mas está feliz voando novamente cheio de prazer com a sua nova maquininha alada, redescobrindo o céu. É o GRANDE CAMARGO nos ares novamente............Curtindo o voo como um menino adolescente...Novamente cheio de sonhos e grandes navegações em mente. Pescarias, Pantanal...............Pousadas..................