sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

TRISTEZA e mais TRISTEZA.................O Malvado Feiticeiro fechou o campo de Aviação...

Onde existiam flores e mais flores agora só tristeza e mais tristeza. Um aeródromo publico, chamado de Aeroporto de Jaboticabal-SP, por outros simplesmente de Campo de Aviação está abandonado. A cada vez que vou lá fico mais triste ainda em ver a situação em que chegou o SDJC, interditado pela ANAC, entregue ao mato .  Imagine só. Parece que um Malvado Feiticeiro está ali e não deixa aquele lugar voltar como era antes. Quem sabe algum jovem herói justiceiro ganhe superpoderes para salvar esse lindo lugar, devolvendo-o a navegação aérea.  Tristeza ao abrir o velho hangar do extinto Aero Clube, onde estão guardados os empoeirados Ultraleves da Escolinha de Ultraleves que restou do ACJ e não pode voar por que o aeródromo está interditado. Ali só voam alguns pássaros afoitos e os urubus que sobrevoam o campo planando e deixando todos loucos de vontade de voar. Afinal os pássaros são livres, mas os aviões estão presos ao solo, trancados dentro do hangar recebendo poeira.  Nada pode haver de positivo nisso tudo. É preciso que exista algo interior e faça a transformação da situação em solução. 
O Macarrão, Presidente da Escola de Ultraleves do ACJ fez até promessa e passou a tomar cerveja sem álcool num acordo feito com o Malvado Feiticeiro para que aconteça um milagre, a liberação do aeródromo/SDJC.











Com o inexorável só há uma saída, e não será fugir do problema, mas sim, encara-lo com unhas e dentes.  Quando alguém arregaçar as mangas da camisa e disser agora basta, vamos resolver a questão, acredito que a maldição do feiticeiro vai desaparecer. Tudo voltará a ficar azul, até o céu que ali ainda meio negro, se definirem que a prioridade é liberar o aeroporto.

CB-10 TRIATHLON , Monte Alto-SP/SDMO...


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Boas lembranças do saudoso Cmte. LUIZ ANTONIO CARDOSO em Matão-SP...

Conheci o Cmte. LUIZ ANTONIO CARDOSO e sua esposa Bernadete, quando vieram de Piracicaba-SP para Matão-SP. Naquela época eu residia em Matão no antigo bairro dos Ingleses, em uma das tradicionais casas da extinta Fazenda Cambhuy, voando um Cessna-210 L Centurion, o PT-KHF da Industria e Comercio de Frutas Matão, que depois transformou-se em Central Citrus e anos depois acabou amargando na falência. Eu fazia malotes da empresa com dois voos semanais com Centurion para São Paulo-SP e outros para o Território de Rondônia, hoje Estado de Rondônia  auxiliando na abertura de uma fazenda na região de Vila de Rondônia (hoje Ji-Paraná) e Espigão do Oeste. O Cmte. Luiz havia chegado para voar e dar instrução aos proprietários da Bambozzi Equipamentos Elétricos, mais particularmente para o nosso querido amigo Bruninho Bambozzi, cuja empresa havia adquirido um monomotor novinho da NEIVA, um EMB. CARIOCA. O Bruno nessa ocasião acabou tirando todas as suas carteiras.
O Luiz era extremamente profissional, com larga experiência e tinha como habito transmitir sem colocar panos pretos todos os seus conhecimentos. Era um grande aviador, um verdadeiro amigo que acabou fazendo um largo circulo de amizades. Particularmente tinha um monomotor STINSON VOYAGE-180, o PP-DLO e como estávamos no auge das nossas vidas envolvidas com o esporte do paraquedismo, acabou auxiliando nas horas de folga da sua escala de voo, lançando os paraquedistas do meu clube. Foi uma época em que a BAMBOZZI do Bruninho acabou comprando um bimotor EMB. SENECA-II novinho. O Cmte. Luiz estendeu então o treinamento multimotor para o Bruno. Esse mesmo Cmte. Bruninho, representante/RRABUL que havia iniciado por volta de 1979 à construção do seu hangar, o qual após tanto tempo, está sendo construído com o maior esmero na reta final para inauguração.





















Ainda daqueles tempos as boas lembranças do Toninho Lopes, empresário fabricante de tintas, proprietário da antiga VELOZCOLOR, hoje ISOLUX , que também era muito amigo do Cmte. Luiz e tomava instrução de voo com ele, para melhorar a sua pilotagem nos dois Cessnas-172 que possuía. Primeiramente o C-172 PT-AYK que havia adquirido do Aero Clube de Sorocaba-SP e depois o C-172 PT-BAA. 
                                                             Assim o Toninho também teve participação na vida ativa do Luiz, onde ambas as famílias eram unidas e muitas vezes voavam juntas. Sempre nessas viagens o Luiz assumia o comando para transportar 5 a 6 pessoas num só voo no lendário Cessna-172 do Toninho.  Muitas vezes voavam para Itápolis-SP/SDIO todos juntos (mulheres e as crianças pequenas). A técnica do Cmte. Luiz era voar com pouca gasolina. Praticamente o suficiente para a ida, com pequeno abastecimento para o regresso  compensando o peso da carga.
Por outro lado, quantas e quantas vezes, após lançar os paraquedistas com seu STINSON PP-DLO, o qual conhecia melhor que a palma da sua própria mão, desligava o motor e planava até o pouso seguro na pista sem o motor. Num desses vôos estava com ele. Sobre a pista do aeródromo Fittipaldi, me avisou que desligaria o motor para pousar sem o auxilio do mesmo. Era muito ousado. Cheguei a sentir medo, mas não demonstrei. Confiava muito na sua pilotagem e na sua longa experiência que possuia.
Sempre contava para nós do único acidente que teve, quando a fiação de um antigo radio VHF ainda a válvulas do Cessna-172 que pilotava colocou fogo no avião num voo sobre a serra do mar, tendo que fazer um pouso forçado sobre as arvores. Ali ficou perdido dois dias, levemente ferido até que foi encontrado e resgatado. Essa história era muito emocionante e nós jovens no inicio de carreira temíamos por uma situação dessas. Acho que por isso não gosto muito de voar sobre aquela serra, a qual profissionalmente anos depois acabei sobrevoando inúmeras vezes e aonde acabei perdendo meu padrinho de casamento, o Cmte. Marzio Munhoz com seu EMB. CARIOCA, o PT-NDB.
Recordo-me dos grandes voos que fizemos juntos no seu STINSON e das áreas de saltos  em que estivemos também. Saltei com meus amigos dezenas de vezes do PP-DLO garbosamente pilotado pelo Luiz, amante dessa nossa aviação sem complicação e sem mistérios. Por ocasião da inauguração da Penitenciaria de Araraquara-SP tivemos o prazer de saltar no seu recinto, pousando no campo de futebol interno. Saltos também aconteceram no Pinheirinho e no Paliteiro em Araraquara-SP. Quando não tínhamos NOTAN para saltos na ZL- Zona de Lançamentos do nosso Clube de Paraquedismo  em Araraquara-SP íamos de mala e cuia com o STINSON PP-DLO saltar no aeródromo Fazenda Fittipaldi Citrus/SDFF do Emerson & Wilsinho Fittipaldi a 15 KM WSW, onde fizemos grandes festa. A esposa do Luiz, Bernadete mandava sempre comida pronta para todos que estavam na companhia dele. Bons tempos, velhos tempos que não voltam mais. 
Passado algum tempo, o Luiz vendeu o PP-DLO e acabou comprando uma aeronave Cessna-170, o PT-AMA, o qual no passado, no inicio da minha aviação com o sócio também piloto Albino Panosso Filho, foi a nossa primeira aeronave própria. O PT-AMA estava reformado e muito bonito. Com ele, além de fazer os lançamentos de paraquedistas que o Luiz gostava muito, puxava faixa de propaganda aérea e também fazia além de voos panorâmicos serviços de fotografias aéreas. Nesse ínterim a TAM abriu vagas para Comandantes de FOKKER-50 turbo- hélice e o Luiz foi um dos eleitos, tendo deixado Matão e a Bambozzi, transferindo sua residência para São José do Rio Preto-SP, aonde assumiu a Base da TAM, fazendo malotes com a aeronave FOKKER-50.

Anos depois, foi lá em Rio Preto que o Cmte. Luiz acabou perdendo a vida num trágico acidente com a sua aeronave Cessna-170, o PT-AMA no meio da cidade, após uma pane de decolagem com repórteres/fotografo da Rede de Televisão local. Como são as coisas do destino, para nós (Albino & Delfino) essa aeronave só trouxe felicidade e alavancou nossas vidas financeiramente e profissionalmente. Da qual guardamos as melhores recordações, pois com ela fomos pioneiros no inicio dos anos 70 nos voos panorâmicos que realizávamos semanalmente nos antigos Campos de Aviação, por praticamente todo Estado de São Paulo. Campos e pistas que não existem mais, mas tivemos o privilegio de sermos os pioneiros aventureiros do ar. Com ele também lançávamos paraquedistas.
Assim perdemos um grande amigo, um verdadeiro companheiro de todas as horas, que deixou muita saudade e bons ensinamentos não só para o Cmte. Bruninho Bambozzi, mas para todos que tiveram a oportunidade de estar ao lado dele. Aqui ficam as fotos em recordação e pelo merecimento do tempo que esteve conosco.




















Grandes aviadores passaram por Matão, numa época em que o avião era o meio de transporte para as fazendas que se abriam e as pequenas grandes empresas  estendiam suas operações. Entre alguns: o Cmte. Jair na BALDAN, o Cmte. Cesar da MARKEZAN ( em memória), Suatto, Galego, Zé Lopes, Luiz Português e muitos outros.
Por isso escrevo e escreverei sempre que possível, para relembrar momentos passados e vividos que não voltam jamais, fazendo com o tempo uma constante.