voava agrícola pulverizando canaviais e a campanha de trabalho nessa cultura era de cerca de cinco meses, o resto do ano estando livre me dedicava como Instrutor de Vôo junto ao AC. de Jaboticabal-SP e tinha grande disponibilidade para voar meu avião.
Arregaçamos as mangas e partimos para uma grande aventura aérea pelo sertão baiano, em quase um ano, voando todos os dias.
Uma caminhonete com tanque preparado de 1.500 lts acompanhava a aeronave para suporte técnico e logístico durante a empreitada. O mecânico de aviação Rui Teles do Hangar-2 Manutenção de aeronaves de Batatais-SP, inseparável amigo de grandes jornadas, preparou a aeronave para manter-se em voo por 08:00 horas, ou seja com tanque auxiliar dentro da cabina e sistema de transferência por bomba durante o vôo.
Meus cabelos negros ainda brilhavam nos meus gloriosos 24 anos de desbravador das multidões!
Era um por todos, todos por um. Verdadeiros amigos de jornada inesquecível. Um Paulista e um Paranaense, irmãos Aventureiros do Ar..... Desbravadores de um tempo em que o tempo dizia mais alto, em que lugar distante era um lugar que não existia, pistas improvisadas, fechadas, ou abertas pouco nos interessava a situação quando tínhamos que pousar. O Brasilsão era uma terra sem muitas fronteiras, sem razão, sem comunicação, sem certeza, sem controle do seu espaço aéreo e nós voamos centenas de horas nesse espaço incognatas, sem saber onde começava ou terminava o limite.
Em 1989 acabei vendendo o meu Cessna-170 A, o PT-BJO para uma empresa de reboque de faixas promocionais da Bahia e adquiri um Cessna-182F Skylane, o PT-CAP. Contratei um piloto do Mato Grosso, o Lacerdinha que deu continuidade aos trabalhos de aerofotos com o "Titio" e os serviços continuaram até 1990 quando cessamos a parceria.
