terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

IIIº ENCONTRO REGIONAL DE ULTRALEVES de Monte Alto(SDMO)2.005























Nos dias 14 e 15 de maio de 2.005, aconteceu em Monte Alto-SP(SDMO) o IIIº ENCONTRO REGIONAL DE ULTRALEVES, promovido pela Associação Aerodesportiva Monte Alto, com espetacular organização a cargo dos Cmtes.João e Laerte Ulian, Celso Calegari e demais integrantes dessa associação, a qual congrega os montealtenses amantes da aviação. Estávamos num ano em que o projeto do Experimental KR-2 havia entrado forte entre seus integrantes em Monte Alto e era o limiar do projeto do CB-300 Triathon, primeiro exemplar desenvolvido pela UFMG- Universidade Federal de Minas Gerais e construído pelo amigo Celso Calegari. Dezenas de aviões, vindo dos mais distantes pontos ali estiveram. Eram os amigos que se encontravam para um fim de semana festivo, espírito das festas aviatórias.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

1ª REVOADA de PIRASSUNUNGA (SP),2.009.




Churrasco de confraternização no almoço.

Delfino e Pedro Lobo









Dia 08 de fevereiro de 2.009 aconteceu a 1ª REVOADA de PIRASSUNUNGA (SP), promovida pelo Aero Clube de Pirassununga (SP), numa tentativa de reunir amigos aviadores e seus aviões, bem como todos os amantes e adeptos dessa glamorosa aviação. Esse Aero Clube ostenta garbosamente uma ave rara, representante da aviação do passado cheio de saudosismo, um exemplar bem conservado e em condições de vôo de um remanescente Fairchild PT-19 Trainer, o PP-HLB. Esse encontro de amigos reuniu dezenas de aviões e em espírito de total amizade foi um brilhante evento. Os presentes foram agraciados com um suculento churrasco no almoço que fortaleceu ainda mais o vinculo de amigos que ali se encontravam. Parabéns pelo sucesso e obrigado pelo convite. Estiveram ali entre tantos: Cmte. Mauro Moreira e esposa Paula/SDJC, Delfino e Betty, Cmte. Pedro Lobo/ABUL, Cmte.Fabrício Ramos/SBAQ, Cmte Luizinho/Bariri-SP, Cmte.Renatinho e seu filho/Catanduva-SP, Cmte. Vilella e seu novo avião RV-9A PU-MRS, Cmte Adolfo e seu C-172, vários aviões de Aero Clubes próximos e toda galera de Araras, Tietê, Vargem Grande do Sul etc, bem como dezenas de tantos outros visitantes.

Meu amigo Cap.Av.Vitor dos Santos Junior "IN MEMORIA"

Cap.Av.Vitor dos Santos Junior,nasceu em 05.04.1963 em São Paulo(SP).Foi declarado aspirante a oficial aviador em 12.12.1985 e promovido ao posto de Capitão em agosto de 1.994,tendo servido nas seguintes unidades da FAB:CATRE-Comando Aéreo de Treinamento em Natal-RN,BACG:Base Aérea de Campo Grande-MS,AFA:Academia da Força Aérea em Pirassununga(SP),BAST:Base Aérea de Santos(SP), sendo seu ultimo cargo:Chefe da Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do SERAC-4/SP-Quarto Serviço Regional de Aviação Civil.

Muitas pessoas passam pela vida da gente. Algumas passam despercebidas, outras por acaso do destino e algumas marcam nossos caminhos, tornam-se nossos amigos (as) e por força do destino às vezes partem sem dizer Adeus, mas deixam marcas de saudades das boas lembranças dos momentos felizes e gratificantes que passamos aos seus lados.
Assim, nada mais nada menos, entre tantos acontecimentos do quotidiano, durante o 1º Seminário de Segurança de Vôo, proferido no Aéro Clube de Jaboticabal(SP) em 26 de outubro de 1.996, do qual era Diretor Técnico na ocasião, acabei conhecendo o Capitão Av. Vitor dos Santos Junior, Chefe da Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do SERAC-4/SP- Quarto Serviço Regional de Aviação Civil, o qual esteve palestrando nesse seminário juntamente com o Cap.Av. Odin do SERAC-4/SP. Transcorria o ano de 1.966 e a nossa preocupação era ministrar aos novos alunos pilotos do Aéro Clube, sínteses de segurança de vôo, algo tão comentado durante a instrução, orientando os novos para o vôo seguro. Após as palestras estivemos no hangar do ACJ, onde foram servidas algumas cervejas e um pequeno jantar. Ali, sentados ao luar conversamos prolongadamente, por muitas horas durante o anoitecer. A luzes das estrelas que brilhavam forte e a lua se destacava deixando a noite clara, para homenagear o feito e assim fizemos um bom relacionamento e nos tornamos amigos. O Cap. Vitor mantinha um modo de pensar independente da opinião pública, com muita serenidade demonstrava ser tranqüilo, calmo, seguro, paciente, compreensivo e cativador de uma amizade sem igual. Falava com clareza e inteligência, não desprezando nenhum ser humano, sem vaidades e com muita simplicidade, para o posto que ocupava. Todos que o rodeavam já eram seus amigos, pois me pareceu que o que você possui, posição social, nada significava para ele. Acho que ele tinha na mente de um homem o coração de um menino, de tanto sofrimento, angustia e desesperos que deve ter assistido durante o tempo que esteve investigando e presenciado “in loco” os palcos de acidentes que não foram poucos. Presenciou cenas que muitos homens de fibra não teriam a coragem de encarar, vendo a desgraça alheia e a perda de tantas vidas humanas, muitas vezes ceifadas pela imprudência, pela falta de experiência, má manutenção e pela teimosia de muitos pilotos. Julgando e analisando os possíveis erros cometidos que levaram ao sinistro, procurava transmitir com segurança nas suas palestras um alerta aos menos orientados. Foi um grande profissional, um exímio piloto, um excelente Checador do DAC e acima de tudo um grande amigo. Estou certo e convicto que o Cap. Vitor foi um amigo verdadeiro que muito contribuiu pela segurança de vôo na sua passagem terrena e prematuramente partiu vitima de um erro de pilotagem cometido por dois pilotos, os quais estavam realizando um vôo de re-cheque e ele era o Examinador no vôo. Tudo aconteceu inesperadamente no dia 07 de abril de 1.999,11:47 horas/local, em Ribeirão Preto,SP(SBRP), com a aeronave jato modelo:Gates Lear Jet 24 D da Manacá Táxi Aéreo, matricula:PT-LEM, cujo acidente se culminou sem sobreviventes durante o pouso com Perda de Controle em vôo. Durante vôo de cheque, em que era realizado treinamento de toque e arremetida, a aeronave perdeu o controle ao efetuar um pouso no Aeroporto de Ribeirão Preto - SP (SBRP), vindo a colidir com o solo na posição de dorso, e incendiando-se em seguida. Os cinco ocupantes faleceram no local. Entre eles estava o Cap. Av. Vitor, o qual era o Checador Credenciado do DAC que estava avaliando o vôo e estando na poltrona traseira, nada pode fazer e ele que sempre esteve investigando acidentes aéreos tornou-se uma vitima desse acidente.
O relatório final da investigação do acidente feito pelos seus amigos, coisa que ele estava costumado a participar acabou apurando as causas: (1). Deficiente Supervisão – Contribuiu: Houve falta de supervisão adequada da empresa Manacá Táxi Aéreo, na medida em que permitiu a realização de re-cheque para um tripulante que estava há um ano sem operar o tipo de aeronave e há 4 meses sem realizar qualquer tipo de vôo, além de não possuir vínculo empregatício com a referida empresa. Há que se considerar, também, a falha de supervisão em nível organizacional, devido à emissão, pelo DAC, de um CHT incorreto, ensejando a possibilidade da sua utilização para a revalidação de licença em aeronave para a qual o piloto não estava habilitado a exercer a função de comandante. (2). Pouca Experiência de Vôo na Aeronave – Contribuiu :Toda a seqüência de eventos teve início com erros de pilotagem decorrentes da falta de experiência de vôo do piloto na cadeira da esquerda.(3). Deficiente Coordenação de Cabine – Contribuiu:A inadequada utilização dos recursos de cabine destinados à operação da aeronave, em virtude de um ineficaz cumprimento das tarefas afetas a cada tripulante, além do conflito interpessoal decorrente da intervenção do co-piloto na operação do piloto em comando, na fase final de aproximação, já próximo ao toque da aeronave no solo, configuram a colaboração deste fator para o acidente.(4). Deficiente Aplicação dos Comandos – Contribuiu:A utilização em amplitude inadequada dos comandos da aeronave, por parte do piloto em comando, efetuando correções excessivas de ailerons na fase da aproximação final, próximo ao pouso.(5). Outros Aspectos Operacionais – Contribuíram: O piloto era qualificado como co-piloto no equipamento, porém devido a um erro de digitação, foi-lhe emitida uma CHT de piloto. Desta forma, a situação e operação do piloto em questão eram totalmente irregulares.
Coisas do destino. Algumas semanas antes estive no DAC- Departamento de Aviação Civil locado no Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro(RJ),e acabei encontrando o Cap. Vitor pessoalmente dentro do DAC e pela ultima vez. Sentou-se ao meu lado para saber o meu problema, conversamos bastante e disse estar de passagem pelo SBRJ em um vôo técnico. Estava vestido no seu tradicional macacão de vôo da FAB e com um sorriso se despediu. Desejei-lhe bom vôo e disse que em breve passaria por São Paulo no SERAC-4/SP, para conversarmos e tomar um café.
Naquele fatídico 07 de abril de 1.999 estava com a aeronave da minha empresa em manutenção na Oficina Hangar-2 Manutenção de Aeronaves em Batatais-SP(SDBA) e o meu amigo Mecânico Aer. Ruy Teles e proprietário da oficina, convidou-me naquela manhã para ir de carro com ele até o aeroporto de Ribeirão Preto (SBRP) buscar óleo de aviação. Quando estávamos entrando no aeroporto pelo antigo acesso na lateral da pista, vimos um movimento descomunal de pessoas gritando e correndo, subindo no murro de isolamento do aeroporto com a pista, de onde vinha uma forte fumaça. Pudemos ouvir carros em disparada, sirenes e um alvoroço total. Sem ainda alcançar a entrada do aeroporto, paramos o carro e corremos para subir no muro. Foi a pior e mais devastadora visão das nossas vidas. O acidente havia acabado de acontecer e a aeronave se consumia em fogo e fumaça no meio da pista inerte. Os bombeiros lançavam água de longe com medo de uma possível explosão e a gritaria era geral. Cena horrível que jamais conseguirei apagar da minha mente.
Indefesos e impotentes só vimos, nada ninguém pode fazer, já era tarde e a situação era gravissima.
Acabamos de chegar ao saguão do aeroporto, no setor do DAESP que administra o aeroporto, onde um amigo nosso, o Engº Luiz Carlos Rombola, administrador do aeroporto nos recebeu em meio a toda aquela confusão e onde vimos a saber que um dos ocupantes daquele Lear Jet era o meu amigo Cap. Vitor.Naquele momento perdi as forças, as palavras não saíram, sentei-me e orei por ele, pois pelo o que havia presenciado minutos antes junto com o Ruy ,tinha certeza da total tragédia sem sobreviventes, já que o fogo estava consumindo toda aeronave.
Senti sua falta e chorei pela sua partida tão trágica diante dos meus olhos. Não aceitei a forma com que se foi sem dizer ADEUS, bem diferente daquela despedida semanas antes no RJ. Mas Deus assim o quis,e o homem que gostava de ser amigo e fazer amigos partiu. Tenho plena certeza que lá de cima, junto com os anjos, está olhando por todos nós e seus ensinamentos não foram em vão. Esteja com Deus meu grande amigo, um dia a gente se encontra.