quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Voando até Jaboticabal-SP...SDJC.

Já que as torrenciais chuvas do fim de semana cessaram e o domingo 11NOV2018 amanheceu com promessas de um lindo dia, aproveitamos para voar. Atualmente uma das coisas mais apaixonantes da minha vida é voar com a minha aeronave Grumman AA-5 Traveler, o Laranjinha PT-IIN. Uma aeronave muito versátil,fabricada nos anos 70 , cujo modelo serviu para treinamento naquela época e que permanece voando até os nossos dias em muitas partes do mundo e especialmente nos Estados Unidos, sua origem. 
Seu custo beneficio nessa situação de crise econômica que estamos vivenciando é ainda um dos melhores, comparado com outras aeronaves da sua categoria.
Ao meu ver uma aeronave sensacional e muito dócil de ser pilotada. 
Olha que sensacional. Gasta aproximadamente 30 litros de combustível AVGAS por hora, tem 04:00 horas de autonomia com reserva de 30 minutos, a uma velocidade de 200 KM/H. É homologado para voos VFR e IFR diurno e noturno , transportando 01 tripulante e 03 passageiros, podendo ser transformado rapidamente em aeronave para transporte de cargas. 

É aprovado como aeronave acrobática, sendo proibido apenas o voo invertido, no dorso, sendo um dos poucos que pode voar com o canopy aberto em certa extensão. Realmente um pequeno grande avião, operacionalmente muito pratico e por ser um treinador aceita uma grande margem de erros. Voar o TRAVELER é sensacional. Os meus amigos nem se fala, adoram...
Aproveitei e convidei dois deles, o Marcelinho que já é PP-Piloto Privado e que exatamente há um ano (11.NOV.2017) havia solado essa minha aeronave e o BIGAL, piloto aerodesportivo que sonha em ter um TRAVELER pela condição de ser 4 lugares, quando o seu RV9A comporta apenas 02. 

Assim, logo que as condições meteorológicas da manhã começaram a melhorar, após a forte chuva  da noite, decolamos com destino a Jaboticabal-SP, minha adora Terra Natal. Um voo por nós chamado de bate e volta, com pequena permanência de tempo no solo, para rever dois grandes amigos que residem lá e são aviadores. O MAURO MOREIRA  e o seu filho Piloto de Linha Aérea CAIO.

As nuvens estratificadas estavam a cerca de 3.000FT do solo, uma boa oportunidade para o meu amigo BIGAL, Piloto Aerodesportivo treinar um pouco, confiando no Horizonte Artificial entrando e saindo da rala camadacom segurança, vitando a desorientação espacial. Foi realmente um voo sensacional, SDLY-SDJC-SDLY.







                            Sobrevoando a CIDADE DAS ROSAS, Jaboticabal-SP






                                   Aeródromo de Jaboticabal-SP, SDJC








                        Aproximação final para pouso em Matão-SP, SDLY







segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Anos 60, no Tempo dos Piqueniques com minha família...

De volta ao passado, me recordo dos anos dourados da minha infância, quando conheci os primeiros piqueniques organizados pela minha família. Naquela áurea época, fazer piquenique era uma coisa chique. Essa refeição partilhada em que todos colaboram, cada um levando alguma coisa, como comida e bebida para se servir no chão em cima de uma toalha estendida no campo, na praia, em parques ou jardins.
Os parentes portugueses e italianos nas férias vinham da Capital, São Paulo-SP, onde residiam para a nossa casa em Jaboticabal-SP e costumeiramente para agradá-los meus pais proporcionavam um fim de semana nessa estadia de férias deles, com um verdadeiro piquenique que acontecia no sitio dos padrinhos da minha irmã Elisabeth, Primo e Sebastiana Mialichi a uns seis quilômetros da cidade. Aonde em certas ocasiões chegamos a ir a pé. Momento em que nós crianças ficávamos encantados, curtindo a natureza, comendo, brincando e bebendo. São tempos que não voltam mais, tempos que ficaram no tempo. 
Éramos felizes, não tínhamos muito, mas vivíamos bem. Havia um ar de grande amizade entre os portugueses e italianos, uma coisa fora do comum e cada qual trazia algo da sua tradição, como queijos, vinhos, bacalhaus, pães, etc.
A chegada era uma tremenda alegria, a partida muito triste. Esse era o meu sentimento e acho que até hoje não gosto da despedida na hora da partida, em qualquer circunstância.
Aprendi com esse estrangeirismo todo o quão grande era o coração e o amor que esse povo nutria um pelo outro, desde as crianças aos mais velhos. Essa liberdade, esse convívio harmonioso com a natureza geralmente era em um almoço ao ar livre, cheio de aventuras, pois atravessávamos pinguelas improvisadas, andávamos em trilhas até encontrar a sombra de uma agradável árvore para estender a toalha no chão, abrir as cestas de vime, retirar as guloseimas.
Geralmente escolhiam um Riozinho onde havia uma pequena cascata, aonde os velhos mais afoitos iam logo pela manhã colocar na água fria das corredeiras os sacos de juta com as garrafas de bebidas. Refrigerante gasosa de guaraná e sodinha para as crianças, cerveja e vinho para os maiores de idade. Não havia gelo, ou como transportar gelo e essa era a forma de refrigerar as bebidas. Imaginem o risco que corríamos atravessando aquelas pinguelas. Coisa de malucos aventureiros e foi daí que cresceu em mim o espírito de aventuras.
Esse  sitio ficava ao lado do Horto Florestal, perto do Colégio Agrícola que naquela época chamavam de Patronato, hoje Escola de Agronomia e Veterinária da UNESP a poucos quilômetros do Campo de  Aviação. E quando os teco-teco,  saindo ou retornando para o Campo de Aviação coincidentemente cruzavam por cima do nossa área de piquenique eu me encantava  tentando ver por entre as arvores esses aviõezinhos, cujo som dos seus pequenos motores era contagiante. Eu já sonhava em ser aviador um dia, desde aquela remota época. Os aviões me fascinavam, sei lá como surgiu em mim essa vocação. Havia acontecido algum acidente trágico no Campo de Aviação e meu pai não gostava de aviões sei lá por que. Essa foi uma tremenda batalha que enfrentei, para chegar onde queria chegar realizando o meu sonho de criança.
Grandes e memoráveis piqueniques que ficaram na minha memória e nos mostraram grandes ensinamentos, desde o respeito, a convivência em grupo, o amor familiar, o companheirismo e a dedicação desinteressada de cada um. Os familiares portugueses e os italianos que passaram por nossas vidas se foram, como nossos pais, mas nos ensinaram coisas boas com esses piqueniques, evocando o ato de compartilhar lazer com convivialidade e coletividade. Acho até que trouxeram esse hábito das suas origens estrangeiras e nos contaminaram, fazendo disso um grande momento de reunião familiar, com os parentes e amigos já que toda programação acontecia ao primeiro telegrama que recebíamos avisando a data da chegada deles. Isso era incrível, como a nossa família vibrava e se empenhava para recebê-los bem, separando os porcos, os perus, as galinhas para os banquetes, com muita massa fresca feita na hora. 
Aprendi com isso a gostar das reuniões familiares, passar os dias com os amigos em contato com a natureza, realizando um lanche, um churrasco ou um almoço ao ar livre, em áreas verdes, campos, parques. Usufruindo do contato com a vida cheia de liberdade. Esse evento social de lazer festivo é que nos anima, nos engrandece nos dá forças para seguir em frente. Fins de semana se tornam fantásticos, memoráveis e incrivelmente maravilhosos quando estamos ao lado dos amigos e familiares.