quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

JABOTICABAL- SP JÁ OLHOU PARA O CÉU.....1967

Jaboticabal- SP já teve seus dias de gloria. Em Julho de 1967 aconteceu o inesquecível IVº Campeonato Brasileiro de Pára-quedismo. Foi destaque no caderno de turismo do Jornal O Estado de São Paulo, na sua edição de 07/Jul/1967 quando circulou a noticia em primeira mão, dos preparativos para o Campeonato Brasileiro. Nossa cidade já possuía um Clube de Pára-quedismo, O CPJ – Clube de Pára-quedismo de Jaboticabal-SP, cujos pára-quedistas jaboticabalenses já vinham treinando a algum tempo para participar do Campeonato Brasileiro.
Uma semana antes do acontecimento o Jornal OESP mandou para Jaboticabal-SP seu enviado especial, o Jornalista: José Luiz  de Oliveira Mello, para fazer a cobertura dos preparativos para o Evento e no dia 07.07.1967 o Caderno de Turismo, Suplemento do Jornal O ESTADÃO nº 55, circulou pelo Brasil inteiro noticiando o IVº CAMPEONATO BRASILEIRO DE PÁRA-QUEDISMO que aconteceria na cidade,  a qual estaria completando no dia 17.JULHO.1967, 139 anos.
O Campeonato Brasileiro começaria no dia 08 e se estenderia até o dia 16/Julho. A cidade já estava repleta de visitantes, os hotéis completamente lotados, clubes, restaurantes, bares e outros Points da City estavam repletos e as Delegações de Pára-quedistas iam chegando e tomando conta da , que queria olhar para o céu.  O aeroporto totalmente reformado estava lindo. Muito ronco dos 2 aviões Cessna-195, com seus estridentes motores radiais. Tudo pronto e preparado com o apoio da Prefeitura Municipal e do Aéro Clube. Havia sido planejada toda a infraestrutura, com a orientação da UBP – União Brasileira de Para-quedismo, que mandou seus dirigentes para Jaboticabal-SP, auxiliando na organização do evento. Nunca antes algo daquela categoria havia sido realizado. 
.                  Naquela época eu tinha 13 anos e já circulava em minhas veias o sangue pela aviação. Lembro-me que estava no CINE MUNICIPAL, onde havia um painel. Desenho  com a frente de um avião Teco-Teco onde uma hélice aeronáutica de madeira girava lentamente impulsionada por um motor elétrico, que certamente foi trabalho do Totó e do Mané Kilowat. Era o mesmo desenho do cartaz alusivo ao IVº CBP que foi distribuído pela cidade naquela época. Numa certa noite, com os amigos de infância, antes de entrar para uma sessão cinematográfica, como era de costume tomávamos um tradicional copo de suco de laranja, no barzinho existente na entrada do cinema, quando encontramos lá o Totó com o Jornalista do Jornal OESP. O porteiro do Cinema era o Sr. Trinca e quem vendia os bilhetes era o Juca....
Como ele estava visitando a cidade para anotar no seu Caderno de Turismo os pontos atrativos, no outro dia por mero acaso acabei encontrando o mesmo jornalista no CLUBE JABOTICABAL, dessa vez  junto com o BETO MERENDA, que entre outros jaboticabalenses, além de piloto privado era um dos integrantes da Equipe de Pára-quedismo de Jaboticabal-SP naquela época, formada anos antes pelo incentivo do ACJ, que contratou o instrutor de pára-quedismo francês  BERTHRAND e seu auxiliar o TATÁ, que se não me falha a memória era parente da família Avelino Geraldis. 
Uma fatalidade que marcou o IVº Campeonato Brasileiro de Pára-quedismo em Jaboticabal-SP, foi o trágico acidente automobilístico na via de acesso ao aeroporto, onde acontecia o Campeonato. Vários familiares da Família Tódaro que estavam em uma Kombi, vindo a colidir com outro veiculo,  perderam a vida na entrada do aeroporto.

Eu ainda um adolescente tive o prazer de conhecê-los e guardo boas lembranças dessa dupla que incentivou e que impulsionou o esporte do pára-quedismo na minha querida "CIDADE DAS ROSAS". Foram meus ídolos, meus heróis...

Os comerciantes da nossa ATHENAS PAULISTA, CIDADE DA MUSICA e CIDADE DAS ROSAS se uniram e colaboraram com o IVº CBP e graças a essa ajuda  a cidade viveu  intenso momento turístico, com ao chegada de visitantes e dos pára-quedistas do Brasil inteiro. Estavam por todos os lados, além do Campo de Aviação e após o encerramento das atividades de salto lotavam a Cantina Capri, Biondina, Progredior, Petisqueira, Luso-Brasileira e outros points. Houve uma integração popular, coisa maravilhosa. As garotas da época rodeavam os pára-quedistas. Muitos bailes aconteceram na cidade. 
Sabe por que eu amo tanto essa cidade, onde nasci, cresci e me formei. É justamente por ter vivido intensamente esses áureos momentos de gloria. Pena que esses momentos dourados não voltam mais. O conjunto OS BOLSISTAS estavam no auge e sempre que podia ia ao Clube Municipal vê-los nos ensaios.
Posso dizer que tive o prazer, a satisfação e a glória de ter vivido esse tempo maravilhoso.
Durante os dias que antecederam o IVº Campeonato Brasileiro de Pára-quedismo, com os saltos de treinamento dos pára-quedistas, para reconhecimento da área e mesmo durante a competição o Astro Sol ajudou bastante e dois aviões Cessna-195 com seus motores radiais agitou o céu da CIDADE DAS ROSAS, com  estridente ronco. Eram eles o PT-ABZ do  Grissi (Domingos Grissi) e o PT-BIK do Bicho de Pé (Moacyr Antunes Mendonça), que vieram de São José do Rio Preto-SP, para dar suporte técnico nos lançamentos. Foram dias de muita festa e muitas glorias. O Campo de Aviação ficava lotado e aquilo para mim era incrivelmente maravilhoso. Naquele momento descobri que um dia seria um pára-quedista como aqueles ídolos que ali estavam, com os quais convivi e não foi diferente. 
Nada é por acaso, em 1971 estava eu lá em cima, havia me tornado pára-quedista, inspirado nesses pára-quedistas de 1967. Só que desta vez no céu de Piracicaba-SP, realizando meu 1º Salto de pára-quedas. Em seguida, iniciando minha carreira na aviação em 1972.
Boas lembranças, grandiosos e inesquecíveis dias...Precisamos saber descobrir o que existe de bom, verdadeiro e belo em cada fase de nossa vida. Acho significante olhar para trás, pois estimula nossa existência terrena. A verdade que toda parte de nós, da nossa existência teve todas as idades. As idades de incerteza, de glorias e de conquistas.
Saber ser criança quando é apropriado ser criança. Ser jovem quando o momento é jovem e Velho que sabe das coisas, quando é apropriado ser um Velho Sábio.
Sou tão feliz que consigo relembrar tudo que foi e imaginar tudo o que posso ser ainda. Eu vivi esses momentos especiais. Fui um cara de sorte. Assim não tenho inveja de ninguém na fase em que está hoje, pois já tive todas as idades...percebeu?
A vida é cheia de pequenos milagres...Boa sorte a todos, Sonhar e realizar os Sonhos faz parte das nossas vidas .Você pode !








Marvada Pinga ! atrapaiou tudo...

O incrível aconteceu no Hangar do amigo Pedrão...no Vale Eldorado. Um aluno da Escola de Pilotagem,  chegou para o tradicional churrasco de fim de tarde no hangar/oficina/escola, vindo sei lá, acho que do Maranhão e para agradar trouxe uma garrafa de pinga da sua terra. Azul beleza, lindona, uma TIQUIRA ! Falou que era feita de mandioca, mas deve ter sido feito de cacto, com suor do Barba Azul. A Marvada Pinga deixou muitos em condições de instrumentos por vários dias. Outros  entraram em atitude anormal, capotaram e foram parar no chão. Afinal, nem tudo que é azul é maravilhoso, regras tem exceções e esse liquido alambicado de mandioca brava acho que pelo Capitão do Mato, fez um tremendo estrago na turma, que varou a noite perdidos no espaço. Até a Barba Branca do Pedrão ficou Azul. Kkk
O churrasco acabou saindo meia boca, graças ao anfitrião do Vale Eldorado, Ricardo “Pau para toda obra”, que arregaçou as mangas, tomou um gole da bruta, uivou e mandou brasa no churrasco....
A frequência da musica esteve variando de tons e subtons, cuja melodia inainterpretada zoou os ouvidos adormecidos pela  Azulete. Foi o churrasco mais alegre e divertido da paróquia...Essa Marvada Pinga atrapaiou  todo mundo... Afinal festa é festa! e com TIQUIRA, Festa fica Super Festa...
Ainda bem que os aviadores de plantão voaram antes do churrasco.
BETTY, PEDRÃO e RODOLPH
RICARDO
Para saber o significado dessa violenta TIQUIRA fui fazer uma pesquisa na Internet e olha o que encontrei:
Tiquira, o destilado de mandioca esquecido do Brasil

Brasil é conhecido como o país da cachaça, mas deixamos de lado algumas raridades de lado para fortalecer a imagem da aguardente de cana. Uma delas é a Tiquira, entre outras, como Canjinjin, Cataia e a ConsertadaBebida típica do Maranhão, em torno de apenas cinco a sete municípios ainda produzem esta bebida. A Tiquira é feita através da destilação de mandioca e adição de folhas de tangerina.
O nome TIQUIRA possui dois possíveis significados. De acordo com Stradelli, Tiquira é a palavra nheengatu que significa “destilado obtido a pingos, através do beiju de mandioca fermentada”. Já para Anchieta, tiquira deriva da língua indígena tupi, “a gota”, por fazer referência ao gotejar do líquido durante a destilação. Você pode encontrar isso no livro de Gonçalves de Lima, Anais da Sociedade de Biologia de Pernambuco, 1943. Há uma lenda no Maranhão, que de tão forte, após tomar três ou quatro doses de Tiquira, as pessoas não deveriam tomar banho ou molhar as cabeças, correndo o risco de morrerem ou ficarem “aluadas” ou seja, ruins da cabeça.
A produção de Tiquira ocorre na sua grande maioria, de forma artesanal e o comércio é feito no mercado informal. São poucas as marcas que conseguem regulamentação do Ministério da Agricultura para produzir e comercializar esta bebida, transformando seu mercado potencial em um nicho de curiosos ou locais.
Apesar da importância cultural, a tiquira vem desaparecendo pouco a pouco assim como seus criadores.
A Tiquira costuma ter graduação alcoólica entre 36 e 54 graus, mas por conta da falta de regulamentação outros números podem ser encontrados.
Já essa cor típica da Tiquira por mais estranho que pareça é 100% natural, oriunda das folhas de tanja, (tangerina), dando uma coloração roxa/rosa/azulada.
Curioso que no próprio estado do Maranhão, existe outra bebida rosa (só que desta vez artificial) muito conhecida, o Guaraná Jesus.