quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Não faça vôo VISUMENTRO. PLN "Z" é que deu zebra.

































Se você conseguir sair como esse piloto "BELÊ", senão você vai para o "BELELÊU"

Não faça vôo VISUMENTRO. Isso é parte da doutrina de vôo de quem voa praticamente todos os dias e acaba encontrando condições meteorológicas IMC na rota. Eu e meu amigo Cmte Albino nos idos anos 70 quando começamos a voar não havia simuladores de vôo para pratica do vôo por instrumentos(IFR) e os aviões monomotores ainda não havim sido certificados aqui no Brasil para a pratica do vôo IFR. Como trabalhavamos para Construtoras de Terraplanagem tinhamos que voar quase todos os dias por boa parte do Brasil, devido o montante de obras espalhadas ( O Cmte. Albino na Construtora PRIVATO e eu na Construtora IGARACÚ, ambas com sede em Araraquara-SP, inicio da nossa aviação executiva e primeiro emprego). Nossa experiência era de Aéro Clube e recém brevetados, mas começamos a se preocupar em aprender a voar em condições de tempo ruim e por instrumento para não cometermos besteira e nem perdermos a vida e de nossos passageiros. Tivemos algumas aulas e noções de vôo guardado IMC com um LINK TRAINER do Rocca, que havia em São Paulo-SP e depois sózinhos entranto e saindo de nuvens. Procuravamos camadas altas em condições VFR ou com chuvas leves para ir treinando. Muitas vezes entravámos na camada de nuvem acima de nós procurando segurar o monomotor, voavámos dois Cessna C-182 Skylane novinhos na época.
Muitos morreram e muitos irão ainda morrer, nessa de forçar a barra, quere ir a todo custo, ou querer chegar. Já que o lema da aviação é: SE BEBER NÃO VOE, então, o tempo fechou: PILOTO no Bar, AVIÃO no hangar. Faça primeiramente uma analise e com calma. Será que vale a pena arriscar ?
Naquela época, quantas vezes não conseguimos segurar a aeronave e saiamos da camada em faca ou em atitude anormal, mas conseguiamos recuperar a aeronave e do susto, por que estavámos arriscando treinar e alto. Imaginem vocês, nós que temos hoje respectivamente 38/Albino e 37/Delfino anos de aviação e mais de 15.000 hs de vôo trabalhadas, oque já passamos. Entretanto tivemos muita sorte, pois estivemos perto do acidente e fomos perdoados pelos nossos erros primários de pilotagem IFR em condições IMC. Inventamos nossos problemas de descida T sobre 180º e arriscamos a pele guardando na camada.
Assim, começamos a observar naquela na decada de 70, quando o tempo mudava, praticamente nos meses do fim do ano, muitos acidentes ocorriam com os monomotores. Colisão com montanhas, serras e precipitação contra o solo por perda de controle da aeronave em condições IMC eram comum a cada ano. O próprio PLN - Plano de Vôo categoria "Z", já diz que deu ZEBRA e devemos esquecer o VFR, passando para o IFR para nossa proteção, quando em condições meteorológicas adversas diurnas ou noturnas.
Perdemos grandes amigos que tentaram voar Visual, querendo ver o solo e entraram Instrumento quando menos esperavam, pois o tempo muda muito rápido e pega de surpresa. Talvez o despreparo psicologioco e a falta de treinamento os levou ao acidente, vitimando pessoas que estavam em suas companhias, confiando na sua pilotagem. Aparentemente um simples nevoeiro pode ser um grande labirinto.
Você não precisa ter carteira IFR, ou mesmo se ela está vencida não importa, você deve saber e treinar sempre voar em condições IMC. Ter conhecimento e segurança para não entrar em uma fria. Além dos Regulamentos a Meteorológia é fator principal e deve estar na ponta da lingua de que voa para não ser pego de surpresa. Todo piloto deve saber avaliar e conhecer as condições de tempo.
Não foi muito diferente com o amigo Cmte. José Erilio Facina, pilotando um EMB-Corisco aspirado a caminho do Rio de Janeiro-RJ e com o Cmte. Marzio Munhoz, meu padrinho de casamento, com seu EMB-Carioca o PT-NDB na Serra do Mar, vindo de Ilha Bela-SP (naquela época existia uma pista publica homologada na ilha). O tempo estava ruim, mas eles tentaram voar VISUMENTRO e não deu certo. Os aviões eram novos. Alguma coisa aconteceu e acabaram falecendo.
O que precupa novamente hoje é que com essas mudanças de tempo, quase toda semana tem um monomotor indo para o chão, sem contar os Experimentais e os acidentes com pilotos de recreio de fim de semana que acabam se envolvendo em trágicos acidentes, perdendo suas vidas, destruindo suas máquinas e matando seus acompanhantes por tentar voar em condições IMC. E olha que antigamente não tinhamos os meios de comunicação e a disponibilidade em tempo real das condições meteorológias de hoje, suprida pela Internet,telefones celulares,GPS,etc...
Portanto se você não voa Instrumento (IFR), seu avião não é homologado e não está equipado para vôos IFR, se não tem ou não teve treinamento adequado NÃO FAÇA VÔO VISUMENTRO. O tempo não perdoa os incautos e corajosos e enfrentar mal tempo, O DESCONHECIDO, é besteira. Não vá, dê meia volta e volte, vá para a alternativa, não arrisque. Hoje dá certo, amanhã não dá. Deixa para voar outro dia, pois as condições meteorológicas não são eternas. As vezes se você atrazar em uma hora a sua saida, não encontrará com O DESCONHECIDO pela frente, pois certamente terá passado.
Arriscar não vale a pena, respeite as condições meteorológicas e certamente viverá por muito mais tempo. É preferivel perder o emprego, mas não perder a vida. Um novo emprego e melhor você consegue, mas a vida é uma só.

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