De
volta ao passado, me recordo dos anos dourados da minha infância, quando
conheci os primeiros piqueniques organizados pela minha família. Naquela áurea época, fazer piquenique
era uma coisa chique. Essa refeição partilhada em que todos colaboram, cada
um levando alguma coisa, como comida e bebida para se servir no chão em cima de
uma toalha estendida no campo, na praia, em parques ou jardins.
Os
parentes portugueses e italianos nas férias vinham da Capital, São Paulo-SP, onde residiam
para a nossa casa em Jaboticabal-SP e costumeiramente para agradá-los meus pais
proporcionavam um fim de semana nessa estadia de férias deles, com um
verdadeiro piquenique que acontecia no sitio dos padrinhos da minha irmã
Elisabeth, Primo e Sebastiana Mialichi a uns seis quilômetros da cidade. Aonde em certas ocasiões chegamos a ir a pé.
Momento em que nós crianças ficávamos encantados, curtindo a natureza, comendo,
brincando e bebendo. São tempos que não voltam mais, tempos que ficaram no
tempo. Éramos felizes, não tínhamos muito, mas vivíamos bem. Havia um ar de grande amizade entre os portugueses e italianos, uma coisa fora do comum e cada qual trazia algo da sua tradição, como queijos, vinhos, bacalhaus, pães, etc.
A chegada era uma tremenda
alegria, a partida muito triste. Esse era o meu sentimento e acho que até hoje não
gosto da despedida na hora da partida, em qualquer circunstância.
Aprendi com esse estrangeirismo todo o quão grande era o coração e o amor que esse povo nutria um pelo outro, desde as crianças aos mais velhos. Essa liberdade, esse convívio harmonioso com a natureza geralmente era em um almoço ao ar livre, cheio de aventuras, pois atravessávamos pinguelas improvisadas, andávamos em trilhas até encontrar a sombra de uma agradável árvore para estender a toalha no chão, abrir as cestas de vime, retirar as guloseimas.
Aprendi com esse estrangeirismo todo o quão grande era o coração e o amor que esse povo nutria um pelo outro, desde as crianças aos mais velhos. Essa liberdade, esse convívio harmonioso com a natureza geralmente era em um almoço ao ar livre, cheio de aventuras, pois atravessávamos pinguelas improvisadas, andávamos em trilhas até encontrar a sombra de uma agradável árvore para estender a toalha no chão, abrir as cestas de vime, retirar as guloseimas.
Geralmente
escolhiam um Riozinho onde havia uma pequena cascata, aonde os velhos mais
afoitos iam logo pela manhã colocar na água fria das corredeiras os sacos de
juta com as garrafas de bebidas. Refrigerante gasosa de guaraná e sodinha para
as crianças, cerveja e vinho para os maiores de idade. Não havia gelo, ou como
transportar gelo e essa era a forma de refrigerar as bebidas. Imaginem o risco
que corríamos atravessando aquelas pinguelas. Coisa de malucos aventureiros e
foi daí que cresceu em mim o espírito de aventuras.
Esse sitio ficava ao lado do Horto Florestal, perto do Colégio Agrícola que naquela época chamavam de Patronato, hoje Escola de Agronomia e Veterinária da UNESP a poucos quilômetros do Campo de Aviação. E quando os teco-teco, saindo ou retornando para o Campo de Aviação coincidentemente cruzavam por cima do nossa área de piquenique eu me encantava tentando ver por entre as arvores esses aviõezinhos, cujo som dos seus pequenos motores era contagiante. Eu já sonhava em ser aviador um dia, desde aquela remota época. Os aviões me fascinavam, sei lá como surgiu em mim essa vocação. Havia acontecido algum acidente trágico no Campo de Aviação e meu pai não gostava de aviões sei lá por que. Essa foi uma tremenda batalha que enfrentei, para chegar onde queria chegar realizando o meu sonho de criança.
Esse sitio ficava ao lado do Horto Florestal, perto do Colégio Agrícola que naquela época chamavam de Patronato, hoje Escola de Agronomia e Veterinária da UNESP a poucos quilômetros do Campo de Aviação. E quando os teco-teco, saindo ou retornando para o Campo de Aviação coincidentemente cruzavam por cima do nossa área de piquenique eu me encantava tentando ver por entre as arvores esses aviõezinhos, cujo som dos seus pequenos motores era contagiante. Eu já sonhava em ser aviador um dia, desde aquela remota época. Os aviões me fascinavam, sei lá como surgiu em mim essa vocação. Havia acontecido algum acidente trágico no Campo de Aviação e meu pai não gostava de aviões sei lá por que. Essa foi uma tremenda batalha que enfrentei, para chegar onde queria chegar realizando o meu sonho de criança.
Grandes e memoráveis piqueniques
que ficaram na minha memória e nos mostraram grandes ensinamentos, desde o
respeito, a convivência em grupo, o amor familiar, o companheirismo e a
dedicação desinteressada de cada um. Os familiares portugueses
e os italianos que passaram por nossas vidas se foram, como nossos pais, mas nos ensinaram coisas
boas com esses piqueniques, evocando o ato de compartilhar lazer com
convivialidade e coletividade. Acho até que trouxeram esse hábito das suas
origens estrangeiras e nos contaminaram, fazendo disso um grande momento
de reunião familiar, com os parentes e amigos
já que toda programação acontecia ao primeiro telegrama que recebíamos avisando a
data da chegada deles. Isso era incrível, como a nossa família vibrava e se
empenhava para recebê-los bem, separando os porcos, os perus, as galinhas para
os banquetes, com muita massa fresca feita na hora.
Aprendi com isso a gostar das
reuniões familiares, passar os dias com os amigos em contato com a natureza,
realizando um lanche, um churrasco ou um almoço ao ar livre, em áreas verdes,
campos, parques. Usufruindo do contato com a vida cheia de liberdade. Esse evento
social de lazer festivo é que nos anima, nos engrandece nos dá forças para
seguir em frente. Fins de semana se tornam fantásticos, memoráveis e incrivelmente maravilhosos quando estamos ao lado dos amigos e familiares.
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