Os
anos 40,50 e 60 se passaram, mas os aviões daquela época provaram ser bons e a
grande maioria deles está voando até hoje. É o puro voo clássico ao sabor do
vento, sem muitos instrumentos, pequena potencia de motor aliada ao baixo
consumo de combustível, pouca velocidade, mas com extrema sustentação. O piloto
é parte integrante da máquina e sua pericia é o sucesso da operação,
principalmente nas decolagens e pousos, pois a grande maioria deles possui trem
de pouso convencional, que exige vasto treinamento nas mais diversas condições
meteorológicas. São poucos os que têm o
privilegio de voar ao sabor do vento, pois os aviões evoluíram e o novo pessoal
só conhece as novas máquinas. Mas nós antigos amantes daquela aviação
nostálgica e clássica, apesar de termos experimentados depois, grandes e
velozes aviões full equipados com a nova tecnologia embarcada, ainda temos
circulando nas nossas veias o puro sangue dos Velhos Tempos. Aqueles bons voos
visuais no nascer do dia e naquelas calmas tardes quase no por do sol com os TECO-TECOS.
Confesso que até chegamos ferir alguns minutinhos a mais de luz, beirando o
crepúsculo.
Éramos felizes e hoje quando
temos um TECO-TECO do nosso lado ainda somos felizes. Confesso que sou mais
feliz ainda quando estou voando com meu Grumman AA-5 TRAVELER PT-IIN ou com o
meu Piperzinho amarelo J-3 “CUB”, o PU-ERI.
Quem amou sua motocicleta na juventude, mais tarde, já com a vida
feita, com condições e tempo livre vai querer voltar no tempo e aventurar-se
novamente sobre duas rodas. Na aviação é assim também. A vida em si só é assim, um vai e volta.
Felizes aqueles que podem viver o tempo hoje curtindo coisas do passado.
Mas se eu curto minha emoção com minha visão
clara de tudo, pretendo chamar a atenção dos outros, optando pelo eterno
contentamento. Não sei se sou otimista demais, por natureza, formação, criação
ou circunstancia.
Posso apenas estar querendo observar o dentro e o fora na sensatez da vida, na
realidade dos sonhos adolescentes, como tentativa de trazer outros aventureiros
para o meu mundo cheio de graça e com momentos de esplendor.
São tentativas para renovar o
despertar dos interesses passados, cultivando o avião como instrumento que nos
capacita ver que as coisas belas não acabaram e continuam cheias de
encantamento. Para viver com alegria tem
que acreditar que vale a pena viver a vida e essas emoções e que existem ainda
modos de ser feliz e realizado. Tudo isso é possível quando se tem a
oportunidade de VOAR ao SABOR DO VENTO...resgatando nossos valores, as nossas
crenças e o nosso real desejo de ser feliz e realizado...pois é preciso seguir
em frente com o nosso tempo, fazendo aquilo que curtimos e adoramos fazer.
Penso que essa é a forma da longevidade...
Meu amigo Capt. William de Batatais-SP é também um amante dos Voos ao sabor do Vento. Não posso aparecer por lá com meu Piper J-3 que ele não desgruda da maquininha. Larga tudo que tem que fazer, para voar o TECO-TECO, com desculpa que a sua filhinha Jú é quem gosta do avião zinho.Rsssssssssssssss..............
Muito legal sua colocação sobre a aviação antiga. Somente quem tem a oportunidade, neste mundo de altas tecnologias, ainda poder saborear e viver estes clássicos do passado. Parabéns..
ResponderExcluirNão sei explicar porquê, mas com meus 40 anos se um dia entrar na aviação meu sonho é pilotar um piper j-3. Quando leio Saint-Exupéry...leio a suas palavras....A simplicidade de puramente voar.
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