terça-feira, 25 de setembro de 2012

Falando com meu Velho Diário de Bordo....0040/ACJ/2012


Hoje o dia mal nasceu e o céu desabou sobre a Morada do Sol. Chove torrencialmente sem esperanças de parar tão cedo. Hoje é um dia típico daqueles que as aeronaves pequenas permanecem no solo e os pilotos aproveitam para fazerem uma reflexão mais apurada das suas vidas. É tempo de relembrar, planejar e se preparar para novas aventuras.
Enquanto chove lá fora a natureza que havia sido agredida por vasto tempo de seca agradece. Os campos ficarão mais verdes, as arvores ganharão mais vida, o ar ficará mais puro. Tudo ficará lindo com a chuva que chega.
Com todo esse tempo livre em nossos lares, poderemos resgatar um pouco da nossa história, das nossas boas lembranças de dias que se foram e não voltam mais. Aproveito para recordar do meu querido ACJ- Aéro Clube de Jaboticabal-SP, nosso Campo de Aviação onde tudo começou para mim e para uma centena de amigos aviadores. O céu era lindo, as arvores frondosas e centenárias descortinavam com magnitude diante dos nossos olhos de garotos cheios de sonhos, onde os pequenos teco-tecos deslizavam suavemente pela pista alçando voo, levando esperanças, ganhando lugar de destaque em nossas vidas.
Tudo estava aparentemente no prumo, mas por uma questão ou outra conseguiram fechar a porta daquele santuário, onde conseguiram resgatar boa parte dos excluídos. Havia algo realmente surpreendente no trilho do avanço histórico daquela entidade nascida nos anos 40, porém com o advento das ditas Escolas de Aviação que se tornaram verdadeiras empresas diante das demais entidades sem fins lucrativos, o ACJ acabou caindo na penumbra e amargou no fechamento de suas portas, cerrando suas asas para o progresso. Entre os emergentes nós ficamos apenas no saudosismo. 
Faltaram homens corajosos e com fibra para enfrentar essa batalha, entregando os pontos, abandonando a carruagem dos acontecimentos, cujo potencial acabou no lodo do fracasso.
Arvores foram derrubadas e ceifadas daquele paraíso, algumas hoje apenas preservadas pelo Rodolpho do RESTAURANTE AEROPORTO, o AEROBAR, sua família e colaboradores. O mato cresce desordenadamente por todo lado. O jardim verde do gramado que antes era o tapete por onde milhares de aviões taxiaram está totalmente destruído, abandonado. A pista de pouso/decolagem nem se fala. Os hangares municipais sofrem com as intempéries do tempo e estão abandonados, esquecidos e só lembrados por uma meia dúzia que ali guardam suas aeronaves sem se preocupar em zelar por aquele patrimônio.
O ACJ desceu de classe quando tinha tudo para ser o melhor. Foi desclassificado, derrotado pelo seu time e a desigualdade chegou, por falta de amor e reconhecimento.
Estive lá dias atrás, exatamente no sábado passado/22-SET e fiquei desolado em ver o estado que encontra aquele aeródromo público, cartão de visita da CIDADE DAS ROSAS. Aqui estão as fotos que provam a agonia do lugar, ou seja: o antes e o depois e para onde caminha é o que atesta a situação. Acho que ninguém mais que eu, apesar de estar vivendo longe dali, gosta tanto daquele lugar. Foi o jardim da minha casa na minha infância e juventude, onde maravilhosos dias da minha vida ali foram passados. 
A única coisa que alegra aquele ambiente é o  BAR E RESTAURANTE AEROPORTO, para nossa galera o AEROBAR, onde o publico frequentador depara em um pequeno espaço com tanta beleza, desfrutando um almoço ou jantar em família, com os amigos. O ambiente totalmente ornamentado é muito atraente e vale a pena ser visitado.
À noite o local se transforma em um verdadeiro show de luzes, e um jardim com borboletas iluminadas toma conta do lugar cercando as mesas onde é possível desfrutar de deliciosos pratos da culinária local, graças à perspicácia do criativo e inovador Chef Rodolpho. Ali tem para todos os gostos. Acredito que seja hoje o melhor Espaço Gastronômico da cidade. O Arizona, onde todos acabam se encontrando.
  
                       
                       
                                                               Por outro lado, a ala aviatória é o sinal dos tempos, o ponto final...Vergonha e desprezo por um bem publico. O aeródromo está interditado desde 2009 e parece que as pessoas que ali tem suas raízes não se preocupam com isso...Enquanto isso continua caindo a chuva, lavando....
E a inteligente CORUJA continua prestando atenção em tudo, sempre atenta, sempre alerta....

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