BELA NOITE PARA VOAR...
O dia tinha sido muito bonito. Havia voado diversas vezes nesse dia e tudo prometia pela escala intensa de vôos que a ultima etapa dessa jornada estava prevista ocorrer à noite. As corriqueiras preocupações com esse tipo de vôo para ser realizado em um monomotor já começaram a dar sinal. Voar é um prazer muito grande para quem gosta dessa profissão, mas quando anoitece as preocupações aumentam com a possibilidade de uma pane de motor ou helice e o risco de um pouso forçado num local inesperado. Confesso que tenho na minha carreira centenas de horas de vôo noturno em mono e bimotores e já passei por algumas situações desagradáveis, das quais consegui sair bem, mas até hoje me preocupo quando tenho que voar a noite. Tento evitar, mas tem ocasião em que a obrigação do trabalho faz com que não tenha outra saída a não ser voar depois do por do sol, noite adentro. Quando o vôo inicia-se próximo da madrugada com a certeza de que o dia vai clarear, os riscos parecem serem menores, pois logo o sol vai nascer para iluminar o lindo dia que amanhece. Sei que a maioria dos acidentes que aconteceram no período noturno, teriam outro desfeche menos trágico se tivessem certamente ocorrido no período diurno. A escuridão da noite, sem horizonte e sem visibilidade com o terreno é uma agravante e um vetor de risco muito grande.
Fico muito preocupado quando estou em casa e escuto pequenos monomotores de instrução com motores de quatro cilindros voando, executando treinamento de vôo noturno sobre Araraquara-SP/SBAQ, onde por sorte temos um apoio da Radio Araraquara/131.60MHZ e pista balizada para operações noturnas e procedimento de descida NDB/205 KHZ, mas como eles vêm de outros aeroportos ou aeródromos ficando à mercê da sorte durante a navegação. Sei que eles têm que fazer isso para se habilitarem a voar noturno, cumprindo o treinamento. Quando os escuto durante a noite, desejo-lhes toda sorte e proteção do mundo. Talvez os jovens garotos iniciantes não pensem como eu hoje, depois de amadurecido e muito tempo de janela.
Entretanto essa sexta-feira de 26 de agosto de 2011 prometia muito. Fui agraciado com um dos mais lindos vôos noturno, retornando para a minha base/Araraquara-SBAQ. A noite estava magnificamente linda e estrelada e chegou mansinho enquanto estava me preparando para decolar com o meu amigo inseparável de trabalho, o Cessna-206 H STATIONAIR,2002. As luzes do aeroporto e da cidade de Campinas-SP foram sumindo e o céu que me aguardava acolheu-me com todo carinho. O 206 mansamente e gradativamente cumpriu toda etapa prevista como sempre. Estava nesse voo sozinho na cabina, pois a mais de 20 anos vôo sem co-piloto e isso é ruim e muito monótono, apesar de saber que espiritualmente tenho "GOD" como meu inseparável Co-Pilot. As costumeiras conversas com o Centro de Controle de São Paulo-SP e depois com a AFA- Pirassununga-SP preenchiam o silencio da noite até escutar a Radio Araraquara para os ultimos procedimentos para pouso final. Entre tantos outros, acredito que esse foi um dos mais lindos vôos noturnos que já realizei. Estava tão feliz por tudo estar dando tão certo, que aproveitei alguns minutos para fotografar o meu ambiente de trabalho, meu escritório, minha sala, minha escrivaninha, meu cokpit, onde passo boa parte da minha vida... Costumo dizer que a sorte é um fator muito importante nesse contexto e acho que tenho muita sorte, por tudo ter dado tão certo comigo durante esses longos 32 anos voando e o meu “Co-Pilot GOD” nunca ter me abandonado...
O dia tinha sido muito bonito. Havia voado diversas vezes nesse dia e tudo prometia pela escala intensa de vôos que a ultima etapa dessa jornada estava prevista ocorrer à noite. As corriqueiras preocupações com esse tipo de vôo para ser realizado em um monomotor já começaram a dar sinal. Voar é um prazer muito grande para quem gosta dessa profissão, mas quando anoitece as preocupações aumentam com a possibilidade de uma pane de motor ou helice e o risco de um pouso forçado num local inesperado. Confesso que tenho na minha carreira centenas de horas de vôo noturno em mono e bimotores e já passei por algumas situações desagradáveis, das quais consegui sair bem, mas até hoje me preocupo quando tenho que voar a noite. Tento evitar, mas tem ocasião em que a obrigação do trabalho faz com que não tenha outra saída a não ser voar depois do por do sol, noite adentro. Quando o vôo inicia-se próximo da madrugada com a certeza de que o dia vai clarear, os riscos parecem serem menores, pois logo o sol vai nascer para iluminar o lindo dia que amanhece. Sei que a maioria dos acidentes que aconteceram no período noturno, teriam outro desfeche menos trágico se tivessem certamente ocorrido no período diurno. A escuridão da noite, sem horizonte e sem visibilidade com o terreno é uma agravante e um vetor de risco muito grande.
Fico muito preocupado quando estou em casa e escuto pequenos monomotores de instrução com motores de quatro cilindros voando, executando treinamento de vôo noturno sobre Araraquara-SP/SBAQ, onde por sorte temos um apoio da Radio Araraquara/131.60MHZ e pista balizada para operações noturnas e procedimento de descida NDB/205 KHZ, mas como eles vêm de outros aeroportos ou aeródromos ficando à mercê da sorte durante a navegação. Sei que eles têm que fazer isso para se habilitarem a voar noturno, cumprindo o treinamento. Quando os escuto durante a noite, desejo-lhes toda sorte e proteção do mundo. Talvez os jovens garotos iniciantes não pensem como eu hoje, depois de amadurecido e muito tempo de janela.
Entretanto essa sexta-feira de 26 de agosto de 2011 prometia muito. Fui agraciado com um dos mais lindos vôos noturno, retornando para a minha base/Araraquara-SBAQ. A noite estava magnificamente linda e estrelada e chegou mansinho enquanto estava me preparando para decolar com o meu amigo inseparável de trabalho, o Cessna-206 H STATIONAIR,2002. As luzes do aeroporto e da cidade de Campinas-SP foram sumindo e o céu que me aguardava acolheu-me com todo carinho. O 206 mansamente e gradativamente cumpriu toda etapa prevista como sempre. Estava nesse voo sozinho na cabina, pois a mais de 20 anos vôo sem co-piloto e isso é ruim e muito monótono, apesar de saber que espiritualmente tenho "GOD" como meu inseparável Co-Pilot. As costumeiras conversas com o Centro de Controle de São Paulo-SP e depois com a AFA- Pirassununga-SP preenchiam o silencio da noite até escutar a Radio Araraquara para os ultimos procedimentos para pouso final. Entre tantos outros, acredito que esse foi um dos mais lindos vôos noturnos que já realizei. Estava tão feliz por tudo estar dando tão certo, que aproveitei alguns minutos para fotografar o meu ambiente de trabalho, meu escritório, minha sala, minha escrivaninha, meu cokpit, onde passo boa parte da minha vida... Costumo dizer que a sorte é um fator muito importante nesse contexto e acho que tenho muita sorte, por tudo ter dado tão certo comigo durante esses longos 32 anos voando e o meu “Co-Pilot GOD” nunca ter me abandonado...
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