domingo, 27 de dezembro de 2009

Lembranças de fim de Ano....Aeroporto de Congonhas, Anos 60...


Da esq/dir:Mami ELZA, Margareth,Bete e Delfino. Congonhas, Anos 60.

























Delfino em frente ao Aerocomander da SERVENCIN, a convite do piloto.



















Delfino, Anos 60 no aeroporto de Congonhas-SP.


























Aeroporto de Congonhas,SP.Anos 60.

Mais um fim de ano chegou e como ele as boas recordações da vida. Momentos intensos vividos com a família que deixa saudades imensas das boas ocasiões vividas na juventude, em plenos anos 60. Diria até que foram páginas maravilhosas da vida nos Anos Dourados, cheios de paixão e amor pela aviação que nasceu no meu coração infantil e fortaleceu na adolescencia. Estávamos vivendo muitas mudanças politicas e sociais em pleno regime militar onde pouco se sabia, mas muito se percebia nos acontecimentos e era visivelmente sentido na vida dura por que estávamos passando, entre dificuldades e incertezas, mas com muito amor no coração de uma família humilde onde o pai era o patriarca ditador das normas e a mãe a mão santa que vivia pelos seus filhos. Meu pai, o português Geraldo, nunca foi amante ou adepto da ideia de ter um filho aviador na família, apesar de ter sido adotado e criado por família militar, mas minha mãe de origem italiana era brava, enérgica, porém tinha um amor sem tamanho no coração. Então nas tão esperadas ferias de fim de ano em que viajávamos de trem para a Capital São Paulo, para visitar os parentes portugueses que viviam no Largo Coração de Jesus no centro nervoso da metrópole Paulista, um dos passeios agendados com a Mami era passar um dia no Aeroporto de Congonhas. Vendo os aviões pousarem e decolarem desde uma sacada que existia para o publico em geral. Era o dia mais esperado da minha vida e ali comíamos sanduiches e/ou cachorro quente com coca-cola, curtindo o ronco dos grandes motores radiais e algumas turbinas. Meu pai caixeiro viajante e os portugueses iam trabalhar, enquanto fugíamos de ónibus circular para o aeroporto. Grandes emoções, quantos sonhos que ali se aflorou e quantas esperanças de um dia poder voar e quem sabe pousar ali pilotando um avião, como faziam garbosamente os pilotos daquela época nostálgica.
A Mami foi minha incentivadora e não deixou morrer meu sonho de ser aviador. Lutou por mim e pelas minhas irmãs Bete e Margareth e mais tarde pelo meu irmão adotivo Pedro. Trabalhou o quanto pode e não fez questão alguma de vender suas posses, para nos guiar no caminho dos nossos sonhos. Enfim o tempo voou tão rápido, na velocidade em que os aviões voam. Eu me brevetei, consegui comprar o meu primeiro mais pesado que o ar, um Velho Cessna-170 Asa de Tela e nele Deus me deu a oportunidade de voar com ela. Eu e meu pai durão, tivemos muitos desencontros na vida e por ter seguido meu caminho contra a sua vontade, nunca consegui colocá-lo dentro de um avião. As vezes que foi ao aeródromo de Jaboticabal, durante as tradicionais Festas Aviatórias de Julho, promovidas pelo ex-Aéro Clube de Jaboticabal em parceria com a Prefeitura Municipal, por ocasião da data do aniversário da Cidade das Rosas, foi contra sua vontade e até por imposição da minha mãe, gerando certamente algumas brigas familiares. Que Deus os tenham no bom lugar que eles merecem estar no céu, esse mesmo céu que quase que diariamente estou invadindo com meus voos cheios de alegria e satisfação de ter conseguido o que mais desejei na vida, voar....

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